Mostrar mensagens com a etiqueta George R.R. Martin. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta George R.R. Martin. Mostrar todas as mensagens

25 de junho de 2014

George R. R. Martin: "My mantra as a writer has always been William Faulkner’s Nobel Prize-winning speech where he said that the only thing worth writing about was the human heart in conflict with itself." (entrevista)

Esta entrevista a George R. R. Martin feita por Jean-Marie Ward para o portal Buzzy Mag acaba por ser mais sobre o seu projecto de revitalização de um antigo cinema na sua cidade (Santa Fe, no Novo México), tendo comprado o edifício histórico e reabilitado as instalações para voltar a passar filmes e a desenvolver outras actividades (como, por exemplo e entre muitas outras, ante-estreias de episódios de Game of Thrones). O que, diga-se de passagem, não deixa de ser também interessante. Mas também se fala de A Song of Ice and Fire, dos vários momentos da sua carreira literária, e dos projectos que tem em curso de momento. Dois excertos:
Jean-Marie Ward/Buzzy Mag: Getting back to Ice and Fire. Because I know our viewers will not forgive me if I don’t ask you a couple questions about that. When did you realize the saga was going to take your career in a new direction and lift it to a new level?
George R.R. Martin: Well, it’s actually lifted it to like six new levels. I think everyone comes as a little bit of a surprise to me, except maybe the first one. When I first wrote this in the early to mid-’90s, completed and delivered the first one in ’95 and it came out in ’96, my main hope was that it would get my career back on track. Because my career as a novelist had been derailed.
I had a very healthy career in science fiction and fantasy in the late ’70s and early ’80s with a series of novels, each of which have been more successful than the one before. Until I wrote my fourth book The Armageddon Rag, which, while critically acclaimed, was a very poor seller. And the commercial failure of The Armageddon Rag essentially made me unsaleable. Nobody wanted my fifth novel. I went to Hollywood and worked in television on “Twilight Zone” and “Beauty and the Beast” partly out of choice because it was an exciting new opportunity. And also partly out of necessity, because I couldn’t get anyone to buy the fifth book that I was writing.
So, after ten years there, I was kind of returning to prose with Ice and Fire and of course, I was hoping that The Armageddon Rag experience would not be repeated. Because if it had been, I don’t know, I might have had to change my name or start my career all over again. The book field is like Hollywood in some ways. It’s merciless here. You’re only as successful as your latest book or movie or television show.
But thankfully, the Game of Thrones and the books that followed Game of Thrones were successful and not only restarted my career but as you say, took it to a level of popularity and sales that none of my earlier books had achieved. And then things just kept going up. I began to make bestseller lists for the first time in my career with the second book. With the fourth book, I hit number one on the bestseller list for the first time. With the fifth book, I lived on the bestseller list for like two years. 
And with the television series, everything has gone crazy. So, it’s not just been one new level. It’s been a series of new levels and it’s all been very exciting. I don’t expect any of it. I don’t even try to think about any of it when I’m writing the books. My concern is with Westeros and the world and the characters and telling the best story I can. And then I turn it over to my agents and my editors and my publishers and they take the ball and carry it from there.
JMW/BM: What about the story and the characters do you think resonates so strongly with people? What is the key element that has made this one the big one?
GRRM: I think it’s the characters. My mantra as a writer has always been William Faulkner’s Nobel Prize-winning speech where he said that the only thing worth writing about was the human heart in conflict with itself. That’s what I try to write about. That’s the fundamental of all great fiction. And it doesn’t matter what genre it’s in. Whether it’s literary fiction, a mystery novel, historical fiction or science fiction/fantasy. Whether it’s television, film or books, it’s the characters that draw the reader into the stories. It’s the characters that make it come alive. The human heart in conflict with itself. Be it on a spaceship or in a castle or on the mean streets of Raymond Chandler. The human heart in conflict with itself makes the story come alive. And that’s certainly what I try to grapple with.
A entrevista completa pode ser lida na Buzzy Mag.

5 de junho de 2014

George R. R. Martin e Gardner Dozois aventuram-se em Old Venus

Depois do Marte Antigo, George R. R. Martin e Gardner Dozois propõem uma viagem até ao Vénus de outros tempos: ao steamy, swampy Venus of the SF Pulps, with its web-footed Venusians (Venerians), teeming jungles, dinosaurs, and those infamous dens of inquity in Venusburg. The Venus of Leigh Brackett, Edgar Rice Burroughs, Roger Zelazny, C. L. Moore, and Isaac Asimov que Martin descreve no seu blogue. A nova antologia, com publicação prevista para Março de 2015, intitula-se Old Venus e conta com contos de ficção científica retrofuturista de alguns dos melhores autores contemporâneos do género, como Ian McDonald, Joe Haldeman, Elizabeth Bear, Lavie Tidhar e David Brin, entre muitos outros - para além, claro, de uma introdução de Gardner Dozois. A lista completa de contos é a seguinte:

Frogheads, de Allen M. Steele
The Drowned Celestrial, de Lavie Tidhar
Planet of Fear, de Paul McAuley
Greeves and the Evening Star, de Matthew Hughes
A Planet Called Desire, de Gwyneth Jones
Living Hell, de Joe Haldeman
Bones of Air, Bones of Stone, de Stephen Leigh
Ruins, de Eleanor Arnason
The Tumbledowns of Cleopatra Abyss, de David Brin
By Frogsled and Lizarback to Outcast Venusian Lepers, de Garth Nix
The Sunset of Time, de Michael Cassutt
Pale Blue Memories, de Tobias S. Buckell
The Heart's Filthy Lesson, de Elizabeth Bear
The Wizard of the Trees, de Joe R. Lansdale
The Godstone of Venus, de Mike Resnick
Botanica Veneris: Thirteen Papercuts By Ida Countess Rathagan, de Ian McDonald

Fonte: Not a Blog

14 de abril de 2014

This happening world (9)

No sempre excelente Intergalactic Robot, o Artur Coelho resume o que foi o "Ateliê Utópico" por si preparado para o Utopias 2014, um encontro educativo destinado a professores. O resumo, enfim, é pouco resumido e ainda bem: o seu workshop dedicado à ficção científica devia ser regular e aberto a todos, pela lição que é sobre as origens e os objectivos da ficção científica literária - e por que motivo é tão divertido lê-la. Com bibliografia incluída, para os mais interessados. A ler no Intergalactic Robot.

No seu blogue pessoal, George R. R. Martin faz um ponto de situação das histórias de Dunk & Egg, que acompanham Ser Duncan the Tall e Aegon "Egg" Targaryen nas suas deambulações por Westeros nove décadas antes dos acontecimentos de A Game of Thrones. Os três primeiros contos serão compilados numa antologia (já se sabia) com ilustrações de Gary Gianni; e a escrita de outros contos, como The She-Wolves of Winterfell (título provisório), está adiada para depois do lançamento de The Winds of Winter (via Not a Blog).

Em Boston, Chris Roberts revelou finalmente o dogfighting module de Star Citizen, o muito aguardado space simulator que recupera o legado de videojogos clássicos como Wing Commander e Freelancer e que, até ao momento, arrecadou a módica quantia de 42 milhões de dólares em várias campanhas de crowdfunding. E é possível ver quão realista parece todo o sistema de jogo - até é possível o piloto da nave desmaiar por aceleração excessiva. E, claro, a componente visual e gráfica, que é absolutamente espantosa. A ver no Polygon e no GameFront.

Já foi revelado um trailer para a segunda temporada de Defiance, a série western-science fiction que o SyFy Channel estreou no ano passado. Pode ser que nesta segunda temporada venha a explorar um pouco melhor o enorme potencial da sua premissa (via io9).

Começaram na semana passada os previews a Journey Into Nyx, a próxima expansão de Magic: the Gathering e o terceiro capítulo do bloco de Theros - com novos deuses, uma nova versão de um dos planeswalkers clássicos (Ajani Goldmane) e mais algumas novidades muito interessantes. Em termos narrativos, Ajani chega a Theros para ajudar Elspeth Tirel, caída em desgraça após a ascensão de Xenagos, a enfrentar o planeswalker tornado deus e a repor alguma justiça entre os céus e a terra daquele mundo. Esta semana dedicarei algum tempo ao tema; para já, aqui fica o trailer da nova expansão (via Daily MTG).

6 de abril de 2014

Citação fantástica (120)

What is honor compared to a woman's love? What is duty against the feel of a newborn son in your arms . . . or the memory of a brother's smile? Wind and words. Wind and words. We are only human, and the gods have fashioned us for love. That is our great glory, and our great tragedy.

George R. R. Martin, A Game of Thrones (1996)

27 de março de 2014

George R. R. Martin disponibiliza um novo capítulo de The Winds of Winter

George R. R. Martin disponibilizou online mais um capítulo de The Winds of Winter, o muito aguardado sexto e penúltimo volume da série A Song of Ice and Fire. O título do capítulo, e respectivo ponto de vista, é atribuído a "Mercy" - designação enigmática para uma personagem muito querida pelos fãs, e que se revela ainda mais curiosa uma vez concluída a leitura. É um óptimo capítulo, já agora: muito bem estruturado, e repleto de pormenores capazes de fazer as delícias dos leitores mais atentos - e de, a permanecer inalterado até à publicação do livro, a fornecer pistas muito interessante sobre o rumo de alguns acontecimentos. Enquanto Martin não conclui The Winds of Winter - e entre o receio, cada vez mais palpável, de que a adaptação televisiva alcance os livros antes de o último ser publicado -, fica mais este capítulo como aperitivo. 

"Mercy" pode ser lido no site oficial de George R. R. Martin. Quem quiser acompanhar um debate interessante (e repleto de spoilers) sobre esta passagem, pode fazê-lo aqui.


13 de março de 2014

Rogues: Nova antologia de George R. R. Martin e Gardner Dozois

Depois de Songs of the Dying Earth (2009), Warriors (2010), Old Mars (2013) e Dangerous Women (2013), George R. R. Martin e Gardner Dozois voltam a juntar-se para a edição de uma nova antologia de ficção curta. Intitulada Rogues, esta colectânea terá como tema, nas palavras do próprio Martin no anúncio feito no seu bloguerogues, cads, scalawags, con men, thieves, and scoundrels of all descriptions - e entre os seus contos estarão trabalhos de ficção científica, ficção histórica, fantasia épica, sword and sorcery, comédias, tragédias policiais e obras mainstream. Para além das duas dezenas de histórias seleccionadas de autores conceituados, George R. R. Martin irá também publicar nesta antologia uma nova história do seu mundo ficcional de A Song of Ice and Fire. Com o título The Rogue Prince, or, the King's Brother, esta história antecederá na cronologia de Westeros os eventos narrados em The Princess and the Queen, a novela publicada no ano passado em Dangerous Women.

A lista completa de autores que integrará Rogues, com os respectivos trabalhos, será a seguinte:

George R. R. Martin, Everybody Loves a Rogue (Introdução)
Joe Abercrombie, Tough Times All Over
Gillian Flynn, What Do You Do?
Matthew Hughes, The Inn of the Seven Blessings
Joe R. Lansdale, Bent Twig
Michael Swanwick, Tawny Petticoats
David Ball, Provenance
Carrie Vaughn, The Roaring Twenties
Scott Lynch, A Year and a Day in Old Theradane
Bradley Denton, Bad Brass
Cherie Priest, Heavy Metal
Daniel Abraham, The Meaning of Love
Paul Cornell, A Better Way to Die
Steven Saylor, Ill Seen in Tyre
Garth Nix, A Cargo of Ivories
Walter Jon Williams, Diamonds From Tequilla
Phyllis Eisenstein, The Caravan to Nowhere
Lisa Tuttle, The Curious Affair of the Dead Wives
Neil Gaiman, How the Marquis Got His Coat Back* 
Connie Willis, Now Showing
Patrick Rothfuss, The Lightning Tree
George R. R. Martin, The Rogue Prince, or, the King's Brother

Rogues será editada pela Bantam Spectra e tem data de publicação prevista para 17 de Junho de 2014. 

Fonte: Not a Blog

* Novela situada no universo ficcional de Neverwhere

17 de fevereiro de 2014

Game of Thrones, temporada 4: Novo trailer

Com Breaking Bad concluída, poucos regressos televisivos serão tão aguardados neste ano como o de Game of Thrones, a adaptação da série de fantasia épica de George R. R. Martin pela HBO, que já vai para a quarta temporada - e que deverá continuar a acompanhar as linhas narrativas do terceiro livro, A Storm of Swords, na sequência do "Red Wedding" que deixou os espectadores em choque no final da temporada passada (os leitores já sabiam o que esperar). A partir de Abril, poderemos ver o que passou da página para o pequeno ecrã, e o que ficou de fora (e, claro, o que foi acrescentado). 

31 de janeiro de 2014

Dunk & Egg: Três histórias de um Westeros passado

Um dos aspectos mais fascinantes do mundo secundário de A Song of Ice and Fire, criado por George R. R. Martin, é a sensação constante de passado que o autor explora com mestria ao longo dos volumes que constituem a narrativa principal (de A Game of Thrones em diante); os pequenos indícios de que a história que o leitor está a acompanhar não tem, em si, um princípio e um fim determinados, fazendo antes parte de um todo muito mais vasto e antigo que se revela em passagens e pormenores mais ou menos laterais - e que esse todo é muito mais rico do que a mera genealogia das várias casas nobres e as raízes dos conflitos, abertos ou latentes, deixam adivinhar. Martin, afinal, não assume a influência de Tolkien por acaso; a distância entre ambos os universos ficcionais dificilmente podia ser maior no que às convenções da fantasia épica diz respeito, mas há no Westeros do autor norte-americano a mesma sensação de História - com maiúscula - que permeia toda a narrativa de The Lord of the Rings. Não surpreenderá por isso que, ainda nos anos 90, quando A Song of Ice and Fire estava ainda nos seus primeiros volumes (e longe de se tornar no sucesso avassalador dos últimos anos), Martin se tenha dedicado a explorar, por via de ficção curta, pequenos fragmentos desse passado histórico, até ali descrito de forma mais ou menos vaga na genealogia e nas descrições de personagens, linhagens e territórios. 

O que se revela interessante na abordagem de Martin ao passado de Westeros é o ponto de vista que escolhe: num mundo repleto de príncipes e princesas, casas nobres e linhagens ancestrais, quando não lendárias (Targaryen ou Stark, por exemplo), a escolha recai sobre um cavaleiro errante de nome Duncan, conhecido como Dunk e, mais tarde, como Ser Duncan the Tall, e sobre o seu improvável escudeiro, um rapaz cuja alcunha Egg esconde uma família poderosa. É das viagens desta dupla improvável pelos Sete Reinos que Martin mostra um Westeros passado, 90 anos antes dos acontecimentos de A Game of Thrones, quando os Targaryen ainda se sentavam no Trono de Ferro; e os torneios, as conspirações mais ou menos veladas, e as pequenas disputas locais entre casas afastadas dos seus dias de glória contribuem para pintar um retrato fascinante daquele território, longe dos grandes conflitos e dos grandes protagonistas - relegados para um segundo plano que contextualiza a narrativa sem tomar conta dela. Em A Song of Ice and Fire, o único momento que se aproxima desta experiência será talvez o longo travelogue de Brienne durante o quarto livro, A Feast for Crows - uma passagem fascinante que permite ver o pós-guerra nas Riverlands pelos olhos de uma das mais humanas personagens que Martin criou na sua série (e uma passagem muito verberada, a meu ver injustamente, pelos fãs). O que, bem vistas as coisas, até permite olhar com outros olhos para a coincidência aparente de, a dada altura, Brienne assumir o escudo-de-armas de Ser Duncan.

Até à data, George R. R. Martin publicou em antologias dispersas três novelas de Dunk e Egg - a quarta, na calha há já algum tempo, viu a sua conclusão e publicação adiadas para uma data posterior ao lançamento do sexto livro, The Winds of Winter. Conforme foi dito aqui ontem, estas três histórias serão traduzidas e editados num único volume pela Saída de Emergência. Vejamos cada uma delas:

The Hedge Knight (1998)
No final dos anos 90, Robert Silverberg editou duas antologias, uma de fantasia e outra de ficção científica, para as quais convidou autores consagrados a publicar em ficção curta (ou mais ou menos curta) histórias decorridas nos seus universos ficcionais estabelecidos. Legends foi o título dado à antologia de fantasia, editada em 1998*, e contou com textos inéditos de autores como Terry Pratchett (Discworld), Ursula K. Le Guin (Earthsea), Robert Jordan (The Wheel of Time) e Orson Scott Card (Alvin Maker), entre muitos outros. E George R. R. Martin, com The Hedge Knight - conto no qual apresentou Dunk e Egg ao colocá-los no contexto de um torneio de Ashford. Dunk, até então escudeiro de outro cavaleiro errante, decide participar no torneio após a morte do seu mentor; e numa estalagem próxima conhece Egg, um miúdo enigmático que, desejoso de assistir ao torneio, se oferece para escudeiro. Claro que no torneio, nada vai correr como esperado, e uma ofensa bem intencionada acaba por conduzir Dunk a um julgamento por combate com sete cavaleiros de cada lado, e com os príncipes Targaryen divididos. Mais do que apresentar duas personagens com contextos tão distintos como Dunk e Egg e juntá-las numa dupla improvável (como qualquer dupla que se preze), The Hedge Knight pinta um retrato muito interessante e pormenorizado sobre a cultura aristocrática de Westeros, sobre os torneios e sobre a disfuncionalidade do clã Targaryen, com as suas rivalidades internas. A prosa está ao nível daquilo a que os leitores de A Song of Ice and Fire se habituaram - rica nas descrições e nos detalhes, com uma boa caracterização de personagens (sobretudo dos protagonistas) e com um enredo interessante do início ao fim. 

The Hedge Knight foi a única das três histórias de Dunk e Egg a ser traduzida e publicada em Portugal até à data, na antologia O Cavaleiro de Westeros e Outras Histórias, da Saída de Emergência - que também traduziu e publicou a adaptação desta história para banda desenhada, na graphic novel homónima de Ben Avery, Mike S. Miller e Mike Crowell.

The Sworn Sword (2003)
Quando Robert Silverberg decidiu repetir a experiência e avançar para Legends II, George R. R. Martin (provavelmente durante o longo bloqueio de A Feast for Crows/A Dance with Dragons) voltou a contribuir com uma história de Westeros - e continuou a acompanhar Dunk e Egg. Desta vez, a dupla surge na região do Reach, após uma passagem por Dorne - e Dunk coloca-se ao serviço de um pequeno senhor local, sem herdeiros e envolvido numa disputa territorial com outra aristocrata da região. Através desta história, Martin explora não só a cultura feudal de Westeros com algum detalhe - os títulos, a hereditariedade, a propriedade territorial, os privilégios e as perdas decorrentes de se apoiar a facção errada num conflito mais vasto, as disputas por recursos -, como também enquadra a primeira Rebelião Blackfyre, uma disputa real envolvendo Targaryens legítimos e ilegítimos que dividiu os Sete Reinos e que teve uma conclusão sangrenta na Batalha de "Redgrass Field". Ainda que o final deste conto tenha pecado um pouco por excesso de conveniência (até se estranha um final "feliz" em Martin), toda a situação em que Dunk e Egg serve não só para mostrar uma faceta da vida de Westeros que o leitor à partida desconhecerá, como também para aprofundar um pouco mais o carácter dos protagonistas. 

À semelhança de The Hedge Knight, também The Sworn Sword foi adaptado para banda desenhada, numa graphic novel homónima publicada pela Marvel. Em Portugal, esta edição recebeu o título A Espada Ajuramentada

The Mistery Knight (2010)
A terceira história de Dunk e Egg foi publicada na antologia Warriors, organizada pelo próprio George R. R. Martin em parceria com Gardner Dozois. The Mistery Knight regressa ao ambiente de torneio medieval que tão bem funcionou na primeira história destas personagens, desta vez abandonando as questões familiares do clã Targaryen para explorar com mais alguma profundidade as ramificações da Rebelião Blackfyre, que já aflorara em The Sworn Sword. Dunk e Egg decidem partir para Norte, para oferecer os seus serviços aos Starks de Winterfell. Pelo caminho, porém, decidem juntar-se a um grupo que vai ao casamento do Lorde Butterwell de Whitehalls, em cujas celebrações decorrerá um torneio - e este torneio terá como prémio um cobiçado ovo de dragão. Martin começa logo cedo a estabelecer o ambiente em que decorrem as celebrações - com a revolta esmagada pela linhagem real do clã Targaryen ainda bem presente, instabilidade mais ou menos velada nas províncias e o ressentimento dos vencidos. O torneio, como não poderia deixar de ser, será palco de uma conspiração; e o autor aproveita-o tanto para contar uma história repleta de intriga, ao seu melhor estilo, como para dar aos leitores já familiarizados com A Song of Ice and Fire alguns easter eggs. A visão do famigerado Walder Frey ainda em criança não poderá ser outra coisa - mas as referências e a subsequente aparição de Brynden Rivers, uma enigmática personagem conhecida como "Bloodraven", dão aos leitores mais atentos uma pista muito curiosa a propósito do quinto livro da série, A Dance With Dragons. The Mistery Knight distingue-se dos contos anteriores na medida em que Martin introduz de forma mais explícita os sonhos proféticos que, em larga medida, constituem em simultâneo um elemento "fantástico" na série principal e uma fonte recorrente de foreshadowing, e deixa em aberto a continuação das aventuras de Dunk e Egg.

The Mistery Knight ainda não foi traduzida para português ou adaptada para qualquer outro formato.  

A quarta história de Dunk e Egg, como já foi referido, foi adiada para uma data a definir após a conclusão e publicação de The Winds of Winter. A intenção manifestada pelas personagens de visitarem o Norte e o título provisório de The She-Wolves of Winterfell dão uma indicação bastante sólida de que esta novela terá como cenário o território da Casa Stark. Inicialmente, Martin tencionava publicar esta história na antologia Dangerous Women, organizada também em conjunto com Gardner Dozois e publicada no ano passado; para esta colectânea, porém, acabou por escrever outra novela inédita, The Princess and the Queen, que recua ainda mais no tempo em Westeros. 


* A de ficção científica, intitulada Far Horizons, seria publicada no ano seguinte.

30 de janeiro de 2014

Histórias de Dunk & Egg, de George R. R. Martin, vão ser editadas em Portugal

Enquanto George R. R. Martin não conclui The Winds of Winter, o muito aguardado sexto livro da série A Song of Ice and Fire, os leitores portugueses poderão entreter-se com as histórias de Dunk & Egg, que finalmente serão todas publicadas no idioma de Camões: a Saída de Emergência anunciou a publicação da antologia A Knight of the Seven Kingdoms, que reúne num único volume as três novelas que o autor norte-americano escreveu até à data com o cavaleiro errante Dunk e o seu escudeiro, Egg. 

A primeira, The Hedge Knight, publicada originalmente na antologia Legends, de Robert Silverberg, em 1999, já foi publicada em Portugal pela Saída de Emergência com o título O Cavaleiro de Westeros, na colectânea O Cavaleiro de Westeros e Outras Histórias. As outras duas são The Sworn Sword (incluída na antologia Legends II, também de Silverberg em 2003) e The Mistery Knight (na antologia Warriors, do próprio Martin com Gardner Dozois em 2010). De acordo com Safaa Dib, da Saída de Emergência, o lançamento desta colectânea, ainda sem título definitivo na edição portuguesa, deverá ter lugar no Verão; ainda não se sabe incluirá apenas as três novelas de Dunk e Egg, ou se a mais recente entrada de George R. R. Martin no universo ficcional de Westeros, The Princess and the Queen, publicada na recente antologia Dangerous Women. Quanto à quarta novela daquelas duas personagens, com o título (muito) provisório de The She-Wolves of Winterfell, já se sabe que não fará parte da colecção: como o próprio autor confirmou, a conclusão desta história foi adiada, e só deverá ser publicada após a edição de The Winds of Winter.


13 de janeiro de 2014

Game of Thrones: Trailer da quarta temporada

A terceira temporada de Game of Thrones acabou em nota alta, na sequência do polémico e brutal (ainda que um tanto ou quanto enfraquecido por algumas opções narrativas tomadas no contexto da adaptação) Red Wedding - e a quarta, com estreia marcada para 6 de Abril*, promete continuar a seguir as passagens de A Storm of Swords, o terceiro livro da série A Song of Ice of Fire de George R. R. Martin. O primeiro trailer foi divulgado hoje - e quem leu os livros decerto terá reconhecido vários momentos da história e várias personagens que serão introduzidas nesta nova temporada. Destas, destaca-se naturalmente Oberyn Martell, príncipe de Dorne e conhecido como Red Viper, num combate que, se for bem adaptado para o pequeno ecrã, será sem dúvida memorável. 

Abaixo, o trailer. 


*Data da estreia nos Estados Unidos. Tanto quanto sei, o SyFy Portugal ainda não anunciou data de estreia da quarta temporada em Portugal. 

20 de setembro de 2013

George R. R. Martin (1948 - )

Os últimos anos viram o nome de George R. R. Martin juntar-se a outros clássicos no panteão da fantasia literária - fruto do enorme sucesso crítico e comercial que a série literária A Song of Ice and Fire conheceu em todo o mundo. O primeiro livro, A Game of Thrones, foi publicado em 1996; nele, Martin afastou-se da fantasia épica de inspiração tolkieniana (sendo, ele mesmo, fã incondicional de Tolkien) para ir beber à História europeia e a episódios como a Guerra das Rosas e para quebrar muitas convenções do género. O resultado foi um vasto mundo secundário que conta já com cinco livros publicados (mais dois previstos para os próximos anos), uma série de contos dispersos por várias antologias desde 1999 e uma adaptação televisiva, criada por David Benioff e D. B. Weiss para a HBO, que se tornou num fenómeno global, e que valeu a Martin um Hugo Award há algumas semanas, para além de múltiplas nomeações para os Emmy Awards nas suas três temporadas.

Mas o percurso de George R. R. Martin no fantástico literário (e televisivo) não foi feito apenas em Westeros. Dying of the Light (1977), Fevre Dream (1982) e The Armageddon Rag (1983)s ão alguns dos romances que assinou a título individual, assim como contos reunidos em várias antologias. Com Lisa Tuttle escreveu Windhaven em 1981. Criou a série de super-heróis Wildcards, que edita desde 1987 e que já conta com mais de 20 volumes. Notabilizou-se ainda como antologista: várias edições da New Voices in Science Fiction, a homenagem a Jack Vance The Songs of Dying Earth e Warriors foram editadas por Martin (as duas últimas com Gardner Dozois); previstas para os próximos tempos estão Old Mars e Dangerous Women. Como argumentista, e antes do sucesso de Game of Thrones, assinou vários episódios de The Twilight Zone e de Beauty and the Beast.

George R. R. Martin nasceu em Bayonne, New Jersey, em 1948, e celebra hoje o seu 65º aniversário.

24 de julho de 2013

George R. R. Martin: Originally, there was not supposed to be any gap. (...) I would start with these characters as children, and they would get older. (entrevista)

No io9, Charlie Jane Anders fez uma das melhores entrevistas a George R. R. Martin que já tive oportunidade de ler. Recuando às origens de A Song of Ice and Fire no início da década de 90, Martin falou sobre a evolução da série literária à medida que a foi escrevendo - com um destaque muito interessante para o célebre five-year gap -, as mudanças na caracterização das personagens e na forma como as encara, a transposição para uma série televisiva de sucesso; e alguns temas mais polémicos, como as questões raciais recentemente suscitadas a propósito de um episódio e de um casting. E houve ainda tempo para abordar alguns detalhes extra-Westeros muito curiosos: como, por exemplo, uma série televisiva concebida por Martin nos anos 90, e nunca produzida, cuja premissa básica era incrivelmente parecida à de Sliders. Alguns destaques (com possíveis spoilers):
CJA: Are there scenes in the Song of Ice and Fire series that you dreamed up 20 years ago, that you're finally writing? Moments you were excited to get to at last?

GRRM: Yeah. I didn't know at first, in '91 — I didn't know quite what I had yet. I didn't even know whether it was a novel or a novella or something at first. So I sort of found that out. But by the summer of '91, you know, it just came to me out of nowhere, and I started writing it and following where it led. But by the end of that summer I knew I had a big series. Initially, I thought it was a trilogy, but it's grown beyond that. But the size is different and I've introduced some other elements to books, but it's still the same characters, the '91 characters.

(...) 
CJA: I'm obsessed with the five-year gap you originally planned in the middle of the series. How would that have happened?

GRRM: Originally, there was not supposed to be any gap. There was just supposed to be a passage of time as the book went forward. My original concept back in 1991 was, I would start with these characters as children, and they would get older. If you pick up Arya at eight, the second chapter would be a couple months later, and she would be eight and a half and [then] she'd be nine. [This would happen] all within the space of a book. 
But when I actually got into writing them, the events have a certain momentum. So you write a chapter and then in your next chapter, it can't be six months later, because something's going to happen the next day. So you have to write what happens the next day, and then you have to write what happens the week after that. And the news gets to some other place.

And pretty soon, you've written hundreds of pages and a week has passed, instead of the six months, or the year that you wanted to pass. So you end a book, and you've had a tremendous amount of events — but they've taken place over a short time frame and the eight-year-old kid is still eight years old.

So that really took hold of me for the first three books. When it became apparent that that had taken hold of me, I came up with the idea of the five year gap. "Time is not passing here as I want it to pass, so I will jump forward five years in time." And I will come back to these characters when they're a little more grown up. And that is what I tried to do when I started writing Feast for Crows. So [the gap] would have come after A Storm of Swords and before Feast for Crows.

But what I soon discovered — and I struggled with this for a year — [the gap] worked well with some characters like Arya — who at end the of Storm of Swords has taken off for Braavos. You can come back five years later, and she has had five years of training and all that. Or Bran, who was taken in by the Children of the Forest and the green ceremony, [so you could] come back to him five years later. That’s good. Works for him.

Other characters, it didn’t work at all. I'm writing the Cersei chapters in King's Landing, and saying, "Well yeah, in five years, six different guys have served as Hand and there was this conspiracy four years ago, and this thing happened three years ago." And I'm presenting all of this in flashbacks and that wasn't working. The other alternative was [that] nothing happened in those six years, which seemed anticlimactic. The Jon Snow stuff was even worse, because at the end of Storm he gets elected Lord Commander. I'm picking up there, and writing 'Well five years ago, I was elected Lord Commander. Nothing much has happened since then, but now things are starting to happen again." I finally, after a year, said "I can't make this work."
A entrevista pode ser lida no io9. A versão completa, não-editada, pode ser encontrada no Observation Deck.


6 de junho de 2013

George R. R. Martin e as reacções ao Red Wedding

Depois das reacções dos fãs ao episódio de Game of Thrones do passado Domingo, a reacção de George R. R. Martin a essas reacções, no programa de Conan O'Brien:

Fonte: Team Coco

5 de junho de 2013

Game of Thrones: A transposição do "Red Wedding" da páginas do livro para o pequeno ecrã [Spoilers]

Diria que a opinião é mais ou menos consensual entre os leitores da série A Song of Ice and Fire, de George R. R. Martin - de todas as atrocidades cometidas pelas várias personagens, e não são poucas, o célebre "Red Wedding" foi aquela que mais impacto teve entre os leitores, levando mesmo muitos a abandonar a série por completo. Este acontecimento tem lugar no terceiro livro, A Storm of Swords (2000), e marca um ponto de viragem significativo em toda a narrativa. Na adaptação televisiva, o "Red Wedding" teve lugar no nono episódio da terceira temporada, exibido no Domingo à noite nos Estados Unidos; e se os leitores que seguem a série já sabiam com o que contar (em termos gerais; há três alterações significativas), os espectadores que nunca leram os livros e que, quase por milagre, conseguiram chegar até ontem sem spoilers experienciaram em primeira mão, e com um suporte audiovisual excepcional, o choque sentido por inúmeros leitores - eu incluído - ao longo dos últimos treze anos. As reacções nas redes sociais, com destaque para o Twitter, são hilariantes (ainda que desproporcionadamente exageradas), e dão uma ideia interessante mesmo que imprecisa sobre o impacto do episódio. Resta a questão: fez justiça à sua fonte?



A resposta será um "nim". Doravante,  os spoilers serão a norma.

30 de maio de 2013

The World of Ice and Fire, de George R. R. Martin, com lançamento adiado para 2014

George R. R. Martin esteve no fim-de-semana passado na ConQuesT 44 em Kansas City, de onde chegam algumas novidades muito interessantes sobre o universo literário de A Song of Ice and Fire. Ainda não há (palpite meu: nem haverá tão cedo) qualquer previsão de lançamento do sexto livro da série, The Winds of Winter, mas já se sabe que o projecto The World of Ice and Fire, escrito em colaboração com Elio Garcia e Linda Antonssen (do portal Westeros.org), está a ser reformulado e viu o seu lançamento adiado do Outono de 2013 para uma data ainda a definir em 2014 (provavelmente na Primavera, para coincidir com a estreia da quarta temporada da série televisiva). The World of Ice and Fire será um compêndio da história de Westeros e das várias casas nobres, elaborado como um tomo oferecido a Robert Baratheon após a sua vitória na rebelião (e a sua ascensão ao trono). O livro deverá incluir várias histórias e inúmeros detalhes sobre o passado de Westeros (como a queda das casas Tarbeck e Reynes, os antepassados do clã Lannister, a história do Vale), genealogias, histórias e mitos - e estes conteúdos serão acompanhados por ilustrações de vários artistas. 

De acordo com o que George R. R. Martin revelou na convenção em Kansas City, a sua colaboração neste projecto fez com que as 50 mil palavras previstas passassem a 250 mil - conteúdos que estão a ser reformulados e editados para encaixar no tom geral da obra. Muitas narrativas completas foram colocadas de parte, com o autor a tencionar elaborá-las e compilá-las mais tarde (com mais material produzido entretanto), após a conclusão da série, num novo volume que descreveu como "GRRMarillion". 

16 de maio de 2013

Rogues: Nova antologia de George R. R. Martin e Gardner Dozois

George R. R. Martin continua em grande actividade - para além do seu trabalho na terceira temporada de Game of Thrones, da escrita do sexto livro da série, continua a editar várias antologias em parceria com Gardner Dozois. Depois de Old Mars (ainda sem publicação prevista), a próxima será Rogues - uma colectânea de contos de vários géneros (da fantasia à ficção científica, do horror à comédia, do policial à literatura mainstream) que, como o título indica, será inteiramente dedicada a personagens de carácter mais próximo das tonalidades de cinzento do que dos convencionais preto e branco. 

Rogues conta com trabalhos de autores como Neil Gaiman, Lisa Tuttle, Connie Willis, Patrick Rothfuss, Joe Abercrombie, Michael Swanwick e muitos outros. A lista completa de autores, com os títulos dos respectivos contos, pode ser consultada aqui

Ainda não há data prevista para o lançamento desta antologia.


21 de março de 2013

Aventuras de "Dunk & Egg" podem servir de base a uma prequela de Game of Thrones

A quem acompanha A Song of Ice and Fire e a sua adaptação televisiva, Game of Thrones, decerto já terá pensado no que poderá acontecer à série se as várias temporadas acabarem por apanhar os livros antes de George R. R. Martin acabar o sétimo - e, supostamente, último - volume, A Dream of Spring (julgo que o sexto, The Winds of Winter, não será problemático, a menos que seja publicado para lá de 2015). Essa possibilidade, ao que parece, também ocorreu aos produtores da série e ao próprio Martin, que nos últimos dias têm dado várias pistas sobre o que fazer caso isso aconteça de facto. E se é certo que esticar a série televisiva para lá do razoável (dez temporadas, por exemplo) não entusiasma muito os produtores, decerto que deixar a série ultrapassar os livros também não deve ser muito do agrado do autor. O que não quer dizer que não haja uma solução, e que essa solução não possa estar numa prequela - no caso, nas aventuras de Dunk & Egg. Em entrevista ao IGN (via io9), George R. R. Martin admitiu que a ideia de dar àquelas duas personagens a sua própria série:
So we have been playing with the idea of doing those [Dunk & Egg stories] as prequels. They would be prequels, in a sense, they’re a hundred years earlier but in the same world. They’re somewhat lighter in tone than the main series, a little more adventurous. But my fans love them and I love the two characters too, and it all ties into Westeros history. So maybe that will be what we’ll do.
No io9, tem-se discutido esta questão ao longo das últimas semanas (ver aqui e aqui). Ainda assim, desta entrevista de George R. R. Martin interessa-me mais esta parte: 
I have some ideas for some pretty cool new series. You know, I can't spill them here on television, but they'll be dramas - I'm not a comedy guy, so they'll be one-hour drama shows. I have an idea for a science fiction show, a couple of historical shows - I know HBO does great historical dramas, from different periods, and we'll see which ones they like and want to develop. (...)
Nada como uma boa produção televisiva de ficção científica para dar ao género o empurrão de que tanto necessita. É esperar para ver se sai daqui alguma coisa. 

Fontes: io9 / IGN

15 de março de 2013

George R. R. Martin: "I'm gonna keep writing the books and keep ahead of these guys before they catch up with me" (entrevista)

Ou, pelo menos, é essa a sua intenção. Em entrevista a Robin A. Rothman do blogue Omnivoracious, George R. R. Martin fala sobre as suas expectativas e a sua participação na adaptação televisiva de A Song of Ice and Fire da HBO, dos actores que dão vida às suas personagens, do seu trabalho continuado na escrita dos restantes livros da série e dos seus projectos televisivos antigos e futuros. Dois excertos:


RAR: I would guess that you've had conversations with the actors about what you feel the background of each of the characters is, but have they in turn inspired any changes that you've incorporated into your writing of the characters now in the later books?

GRRM: Not really, not so far. I mean there's one particular actor who I've talked about -- Natalia Tena who plays Osha -- and as I've commented in other interviews, when I first saw she was being considered for the role, I thought "Well, she's all wrong for this role. I don't know why you're bringing her in. She's too young and she's too pretty and you know she's not at all the character." But then I saw her performance, and she was just great. She was mesmerizing, and her Osha is much better than my Osha. So, I think when I come to write about Osha again, which may be in this book that I'm writing now, Natalia Tena may be in the back of my mind and I may take it a little more in that direction. But that's really the only case. In most cases, you know I've been living with these characters... I started writing this book in 1991, so that's a long time, and my view of the characters is very firmly fixed in my head.

RAR: You're known for working at a comfortable pace. You're working on a lot of projects, you take your time and you offer really dense, detailed volumes. Has the pace of the TV series actually put any pressure on you or changed your pace of writing?

GRRM: It had not initially, but it's starting to do so, yeah, because they're making faster progress than I'm making. So, I had a huge lead to begin with and I still have a pretty substantial lead over them, but it's not as substantial as it was beforehand. [Chuckles.]

A entrevista pode ser lida na íntegra aqui.


16 de fevereiro de 2013

Old Mars, de George R. R. Martin e Gardner Dozois, com publicação prevista para Outubro de 2013

No Verão passado foi anunciada a antologia Old Mars, publicada pela Bantam e editada por George R.R. Martin e Gardner Dozois. Esta antologia será composta por quinze contos e noveletas originais, de vários autores do Fantástico contemporâneo, sobre Marte tal como ele foi em tempos imaginado pela ficção de género (antes de a exploração por sondas ter mostrado o "Planeta Vermelho" tal como ele é): um planeta repleto de canais e de cidades de civilizações enigmáticas. Esta antologia de retro-ficção científica já tem capa (ver imagem) e estará à venda em Outubro de 2013.

A antologia incluirá uma introdução da autoria de George R.R. Martin, enquanto as apresentações dos vários autores que colaboraram neste projecto são da autoria de de Gardner Dozois. Aqui fica a lista de conteúdos de Old Mars:
  1. Martian Blood, de Allen M. Steele
  2. The Ugly Duckling, de Matthew Hughes
  3. The Wreck Of The Mars Adventure, de David D. Levine
  4. Swords of Zar-tu-kan, de S.M. Stirling
  5. Shoals, de Mary Rosenblum
  6. In The Tombs of the Martian Kings, de Mike Resnick
  7. Out Of Scarlight, de Liz Williams
  8. The Dead Sea-Bottom Scrolls, de Howard Waldrop
  9. A Man Without Honor, de James S.A. Corey
  10. Written In Dust, de Melinda Snodgrass
  11. The Lost Canal, de Michael Moorcock
  12. The Sunstone, de Phyllis Eisenstein
  13. King Of The Cheap Romance, de Joe R. Lansdale
  14. Mariner, de Chris Roberson
  15. The Queen Of Night’s Aria, de Ian Mcdonald






31 de janeiro de 2013

Game of Thrones, temporada 3: o elenco

A dois meses da estreia da terceira temporada de Game of Thrones já são conhecidas as novas caras que se vão juntar ao elenco da série - e que vão interpretar algumas das mais aguardadas personagens dos livros de George R. R. Martin. Como, por exemplo, Brynden "Blackfish" Tully, que será interpretado por Clive Russell (na foto). Entre as novas personagens contam-se Lord Beric Dondarrion (Richard Dormer*), Mance Rayder (Ciarán Hinds), Thoros of Myr (Paul Kaye), Jojen Reed (Thomas Brodie-Sangster), Meera Reed (Ellie Kendrick) e Olenna Tyrell (Diana Rigg). A galeria completa de fotografias pode ser vista no blogue Making Game of Thrones, que acompanha a produção da série.