3 de julho de 2012

International Speculative Fiction: Número zero já disponível

Já está disponível para download (gratuito) o número zero da International Speculative Fiction, uma e-zine trimestral que procura divulgar contos de ficção especulativa e artigos sobre o Fantástico de autores internacionais (não anglófonos). Publicada em língua inglesa, a organização da revista está a cargo de Roberto Mendes.

Ainda não tive tempo para ler esta edição na íntegra, mas à primeira vista o balanço é misto. Agrada-me o conceito (ainda que não entenda a restrição a autores não anglófonos), e gostei especialmente da ilustração de capa e do grafismo de alguns artigos. Mas é justamente no campo do grafismo que também surge algo que me desagrada - a falta de uniformidade, com cada artigo a ter o seu esquema próprio de paginação e aspecto gráfico. É uma opção pessoal, entenda-se - percebo a ideia, mas numa revista prefiro um aspecto gráfico mais uniforme. Do pouco que li, notei ainda a necessidade de mais rigor na revisão de texto, em particular no editorial mas também na ficção - uma publicação internacional quer-se mais "limpa" de erros e gralhas elementares.

No entanto, não deixa de ser uma iniciativa interessante, a acompanhar aqui.


9 comentários:

Artur Coelho disse...

isto promete. a ideia de um esforço concertado de divulgação e publicação de fc não anglo-americana vai de certeza dar-nos coisas muito interessantes para ler. e imaginar.

(bolas, esta coisa do dia só ter 24 horas é que empata)

João Campos disse...

O que me faz alguma confusão é precisamente essa restrição. Claro que estando o projecto a começar é natural que tenha algumas arestas por limar. Vamos ver como evolui.

Quanto a esse problema da duração dos dias, temos de arranjar um planeta com uma órbita maior :)

Rogério Ribeiro disse...

João,

man, a tua confusão é precisamente o ponto, loool. Se há tantos outlets para ficção anglófona, e o seu nível de polimento e "diálogo interno" é bem mais evidente, porque não criar algo que embale a ficção não-anglófona, mas de forma a que possa ser difundida por todo o planeta, igualando a capacidade de divulgação daquela escrita originalmente em inglês?
E se, em cima de tudo isto, os autores não-anglófonos possuam objectivos, e linguagens, que se diferenciam dos autores/leitores anglófonos, não poderá haver vantagem em colocar o foco desta forma numa distinção?

Já faz sentido? :P

Abraço,
Rogério

Anónimo disse...

Quanto aos defeitos, e após conversa com o editor, posso quase garantir que vão surgir melhoramentos em breve.

João Campos disse...

Rogério,

eu até aí vou. Só tenho dúvidas de que o acesso a esses outlets anglófonos seja assim tão universal mesmo dentro das comunidades anglófonas. No entanto, e tal como as minhas dúvidas quanto a alguns aspectos da componente gráfica, esta é meramente uma opinião pessoal. Já a questão da necessidade de maior rigor na revisão não é opinião - é algo impossível de ignorar a partir do editorial. Para um projecto que se quer afirmar internacionalmente, o rigor na escrita é ainda mais importante - sobretudo quando o projecto se afirma, uma vez mais, não anglófono. Ou seja, o Inglês - idioma do projecto - não é o idioma materno de ninguém. Erros e gralhas passam sempre (acredita que aqui falo com dolorosa experiência!), mas podem e devem ser minimizados.

Abraço,
João

João Campos disse...

Thanatos, folgo sabê-lo. Lá potencial tem o projecto.

Rogério Ribeiro disse...

João,

sobre línguas não me pronuncio, até porque me tenho arrepiado com muitas edições nacionais, onde não haverá essa desculpa da materna ou da paterna, looool.

Ou seja, já me parece não defeito mas feitio! ;)

Abraço,
Roger

Rogério Ribeiro disse...

João, parabéns, estás com um impacto brutal! Senão, repara no anúncio colocado há uma hora:

"INTERNATIONAL SPECULATIVE FICTION is looking for a "copy editor" !

Are you interested? Just send us your cv. and motivation letter to correiodofantastico@gmail.com !"

Coincidências?! LOOOOL

Rogério

João Campos disse...

Heh. É possível que tenha sido coincidência - duvido que tenha sido a única pessoa a fazer o reparo. Mas é óptimo saber que estão já à procura de um revisor. Bom era que os jornais portugueses retomassem essa salutar prática...