16 de janeiro de 2014

John Carpenter (1948 - )

Poucos realizadores terão deixado uma marca tão indelével no cinema fantástico dos anos 70 e 80 como John Howard Carpenter. Nascido em Carthage, no estado de Nova Iorque, Carpenter cedo manifestou um gosto muito especial pelo cinema, sobretudo por westerns, por filmes de terror e por ficção científica - não surpreendendo por isso que muitos elementos destes três géneros possam ser encontrados em várias das suas icónicas películas. Após uma mão-cheia de curtas realizadas nos anos 60, Carpenter estreou-se nas longas-metragens com a comédia de ficção científica Dark Star, de 1974 - mas seria quatro anos mais tarde que se tornaria numa referência ao realizar um dos maiores clássicos do cinema de terror e filme seminal do sub-género slasher: Halloween, que tornaria Michael Myers como um dos grandes vilões do horror cinematográfico.

Ainda no horror, Carpenter realizou The Fog em 1980 - para logo de seguida regressar à ficção científica com dois filmes que se tornaram em clássicos. O primeiro, a distopia que imagina a ilha de Manhattan como uma vasta prisão de segurança máxima, e que teve no anti-herói Snake Plissken o seu protagonista: Escape From New York. O segundo foi The Thing, de 1982: uma nova adaptação da novela Who Goes There?, de John W. Campbell, Jr, mais fiel ao texto original do que o filme realizado por Christian Nyby e Howard Hawks em 1951. Em ambos o papel principal foi dado a Kurt Russel, com quem Carpenter viria a colaborar em mais alguns filmes. Na sua filmografia da década de 80 ainda se incluem o filme Christine (1983), adaptação de uma história de Stephen King, Starman (1984), com Jeff Bridges, o clássico de culto Big Trouble in Little China (1986), o apocalíptico Prince of Darkness (1987) e They Live! (1988). 

O seu trabalho a partir dos anos 90 já não conheceu o fulgor das duas décadas anteriores - ainda se podem destacar Escape From L. A. (1996), sequela directa de Escape From New York, e Vampires, adaptando para o grande ecrã o romance Vampire$, de John Steakley - ainda que ambos os filmes estejam longe dos padrões estabelecidos por algumas das películas anteriores. O que, diga-se de passagem, em nada diminui o estatuto de cineasta de culto que granjeou com os seus filmes dos anos 80 - mesmo quando estes não foram sucessos críticos e comerciais no seu tempo. Carpenter distinguiu-se pela qualidade dos seus efeitos práticos, pela sua estética minimalista e pelas bandas sonoras atmosféricas dos seus filmes, quase sempre compostas pelo próprio. 

John Carpenter comemora hoje o seu 66º aniversário. 

4 comentários:

Loot disse...

Muitos Parabéns ao Carpenter, sem dúvida, um dos que deixou uma das maiores marcas no cinema fantástico como bem apontas.

Acho que ele não tem nenhum 100% western, mas como bem apontas as marcas do género fazem-se sentir mto nos seus filmes, até nos mais recentes como o ghost of mars. Afinal o Assalto à 13º Esquadra é o seu Rio Bravo se não estou em erro.

Só uma pequena correcção dizes "Escape of new york" a dada altura quando queres dizer "Escape from L.A.".

abraço

abraço

João Campos disse...

Obrigado pela correcção!

O "Vampires" - o primeiro filme dele que vi - também tem alguns elementos. Ainda me falta ver alguns da lista, como o "Dark Star" e o "They Live!". Vi há pouco tempo foi o "Big Trouble in Little China" e achei espectacular.

Abraço

Loot disse...

Vi o Big Trouble em miúdo, conhecia o filme por "Jack Burton nas garras do Mandarim" e que espectáculo. só muito mais tarde é que soube quem era o Carpenter e que este era dele :D

O They Live é fantástico. O Dark Star nunca vi mas falam mto bem tb.

João Campos disse...

Tenho de apanhar esses dois em breve. Gravei na box o "Starman" há dias; vai ser um dos próximos.