11 de junho de 2012

Julgar o livro pela capa (4)

Não gosto particularmente da capa original de Neuromancer (William Gibson, 1984), apresentada aqui ao lado. Concedo que possa ter alguma relação com a obra, que terá porventura inaugurado - e em grande estilo, diga-se de passagem - o subgénero cyberpunk (apesar de o próprio autor reconhecer enormes influências noutros autores, entre os quais Alfred Bester); no entanto, esteticamente não a considero de todo atractiva. Aliás, em algumas pesquisas que fiz online encontrei muito poucas ilustrações de capa realmente boas, capazes de fazer justiça à extraordinária obra de William Gibson.

Há uma, no entanto, que considero a todos os níveis extraordinária: a da edição brasileira da Aleph, que apresento abaixo. É uma ilustração muito simples, e julgo que é nessa simplicidade que reside a sua força - no desenho estilizado do rosto feminino de Molly (uma das protagonistas de Neuromancer), com o seu enigmático olhar aparentemente vazio (as lentes cibernéticas que usava) e a sua silhueta a desaparecer no fundo completamente negro. Por vezes, less is more. Julgo que este caso é disso um exemplo perfeito. 


2 comentários:

Rita Santos disse...

Encontrei isto e lembrei-me logo da tua rubrica: http://sobadsogood.com/2012/06/15/10-worst-book-covers-in-the-history-of-literature/

João Campos disse...

Christ on a pogo stick...