Continuando com o eterno retorno: parece que está na calha mais uma adaptação cinematográfica de Nineteen Eighty-Four, de George Orwell. É uma obra poderosíssima, sem dúvida, mostrando uma distopia particularmente sombria que, por vezes, parece querer materializar-se já ao virar da próxima esquina da História. Mas a verdade é que a história de Winston e Julia naquele mundo totalitário de controlo perpétuo já conheceu duas adaptações ao cinema, e na ficção científica é possível encontrar várias distopias interessantes, com boas premissas, personagens cativantes e enredos com tudo para ser bem sucedidos numa adaptação ao grande ecrã. É certo que nenhuma outra distopia - exceptuando talvez Brave New World, de Aldous Huxley - se revelou tão marcante e influente como o clássico de Orwell (basta pensarmos na quantidade enorme de conceitos desenvolvidos em Nineteen Eighty-Four que hoje são universalmente conhecidos, como o Big Brother, o doublethink, o thoughtcrime - e, claro o próprio termo orwelliano). Pessoalmente, considero Nineteen Eighty-Four uma obra extraordinária, daquelas que nem com ameaça de hipotermia num pós-apocalipse poderia ser queimada. Mas diria que daí até ser necessário fazer um novo filme a cada vinte e cinco anos vai um grande passo...
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