10 de novembro de 2013

Neil Gaiman (1960 - )

Vivemos numa época em que é possível encontrar excelentes narrativas fantásticas nos mais variados formatos, da literatura à banda desenhada, do cinema à televisão; será talvez difícil, porém, encontrar no Fantástico contemporâneo um autor tão talentoso e multifacetado como Neil Gaiman. A sua carreira, vasta e diversificada, ramificou-se por todas aquelas áreas, sempre com um sucesso assinalável. Na literatura, notabilizou-se tanto com obras young adult, como Stardust (1999), Coraline (2002) ou The Graveyard Book (2008), como em ficção mais adulta, como Good Omens (1990), escrito em colaboração com Terry Pratchett, Neverwhere (1996), American Gods (2001) ou Anansi Boys (2006). A mais recente entrada na sua longa bibliografia literária, que inclui também livros infantis e antologias de contos, data deste ano: The Ocean at the End of the Lane.

Na banda desenhada o currículo de Gaiman é ainda mais vasto, tendo publicado comics tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos, onde trabalhou com as principais editoras do formato. Para a extinta Eclipse desenvolveu Miracleman após o trabalho inicial de Alan Moore; a série, interrompida com a extinção da editora em 1993, será agora recuperada pelo autor com a Marvel Comics. Mas foi na DC Comics que se consagrou em definitivo ao criar uma das mais aclamadas bandas desenhadas das últimas décadas: The Sandman. A história de Morpheus, o Senhor dos Sonhos, e dos restante Endless tornou-se numa referência da banda desenhada contemporânea pelos seus elevadíssimos méritos narrativos - e, porque não dizê-lo, literários. 

No audiovisual, já viu algumas das suas obras serem adaptadas com sucesso para o cinema: foi o caso de Stardust (2007) ou Coraline (2009), com The Graveyard Book na calha para longa-metragem e American Gods para série televisiva. Escreveu guiões para várias séries televisivas, como Babylon 5 e Doctor Who - e com esta série venceu no ano passado o Prémio Hugo na categoria "Best Dramatic Presentation, Short Form". Já conquistou muitos outros galardões, dos prémios Hugo aos Nébula, do Locus ao Bram Stoker. Mas também fora dos círculos do Fantástico: The Graveyard Book foi até à data o único livro a vencer tanto a Newberry Medal como a Carnegie Medal.

Com o anúncio, no Verão que passou, da sua incursão no mundo dos videojogos com Wayward Manor, um jogo com um forte tema sobrenatural, Gaiman confirmou em definitivo o seu estatuto de homem dos sete ofícios no Fantástico contemporâneo. 

Natural de Portchester, no Hampshire (Reino Unido), Neil Gaiman reside actualmente nos Estados Unidos. Celebra hoje o seu 53º aniversário.

Sem comentários: