Arthur C. Clarke é habitualmente considerado um dos "três grandes" da Ficção Científica, a par de Isaac Asimov e Robert A. Heinlein. Com toda a justiça, diria, considerando o vasto e importantíssimo legado deixado por este britânico radicado no Sri Lanka. Autor de clássicos do género como Childhood's End (1953), The City and the Stars (1956, a partir do conto Against the Fall of Night), Rendezvous With Rama (1972), The Fountains of Paradise (1979) e The Songs of Distant Earth (1986), entre muitos outros, tendo conquistado vários prémios Hugo e Nébula. Publicou também dezenas de contos, alguns dos quais muito reconhecidos dentro do género, como The Nine Billion Names of God (1953). Mas foi The Sentinel, escrito em 1948 para um concurso da BBC, que se tornaria num marco fundamental da sua carreira ao servir de fundação para um dos mais importantes projectos da história da ficção científica: 2001: A Space Odyssey (1968).
Realizado por Stanley Kubrick, 2001: A Space Odyssey foi a todos os níveis um projecto invulgar, tendo resultado da parceria e de uma intensa colaboração entre o cineasta e o autor para a escrita do argumento - do qual também resultou o livro homónimo de Clarke (que, importa sublinhar, não é uma novelização do filme). 2001 tornou-se num marco cinematográfico, sendo com frequência considerado não só um dos melhores filmes do género, mas também um dos melhores filmes da história do cinema. Arthur C. Clarke viria a escrever três sequelas, das quais apenas a primeira conheceu uma adaptação cinematográfica: 2010: Odyssey Two (1982), 2061: Odyssey Three (1986) e 3001: The Final Odyssey (1997).
Em sua honra é atribuído anualmente o prémio Arthur C. Clarke ao melhor livro de ficção científica publicado no ano anterior no Reino Unido.
Para além da sua intensa carreira literária e desta sua curta mas intensa passagem pelo mundo do cinema, Clarke também ficou conhecido pelos seus programas televisivos: Arthur C. Clarke's Mysterious World, Arthur C. Clarke's World of Strange Powers e Arthur C. Clarke's Mysterious Universe. Sem esquecer, claro, a sua notável carreira científica, tendo desenvolvido os pressupostos teóricos da utilização de satélites geoestacionários para telecomunicações. Antecipou também, na sua obra literária e nos seus ensaios, vários dispositivos tecnológicos hoje comuns, mas à sua época considerados impossíveis. E legou-nos também algumas ideias muito interessantes, das quais se destacam as "três leis de Clarke" (das quais a mais célebre é a terceira: "qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia").
Nascido em Sommerset, no Reino Unido, a 16 de Dezembro de 1917, Arthur C. Clarke faleceu há exactamente cinco anos, a 19 de Março de 2008 - o último dos "três grandes" da ficção científica a deixar este mundo. Abaixo, deixo um curto documentário sobre este extraordinário autor e cientista, retirado do site oficial da Fundação Arthur C. Clarke:
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