25 de maio de 2012

Leitura para o Towel Day: The Hitchhiker's Guide to the Galaxy

Hoje, 25 de Maio, celebra-se o Towel Day. Para quem desconhece esta tradição, o Towel Day é assinalado desde 2001, ano da morte de Douglas Adams, e é um tributo anual dos fãs ao autor de The Hitchhiker's Guide to the Galaxy. A toalha deve-se à uma passagem do livro (que não transcrevo já por ser demasiado longa) na qual, de forma muito resumida, é explicado o motivo pelo qual uma toalha é um objecto indispensável para qualquer tipo que ande à boleia pela galáxia. Julgo que Adams apreciaria o gesto - numa época em que praticamente cada número no calendário assinala o dia internacional de qualquer coisa disparatada, por que não fazer um Towel Day?

Aqui no Viagem a Andrómeda também vou homenagear Douglas Adams, assinalando o Towel Day com a republicação de um texto que escrevi há algum tempo, no Delito de Opinião, justamente sobre The Hitchhiker's Guide to the Galaxy.

Falemos então de Arthur Dent. 

Arthur Dent é um pacato cidadão que, numa bela manhã de quarta-feira, acorda com uma valente ressaca. E, ao acordar, apercebe-se de que a sua casa está cercada por buldozers, preparadas para a demolir, com o objectivo de naquele lugar construir um acesso a uma auto-estrada. Indignado, Arthur Dent decide resistir, e deita-se no chão diante as máquinas, para impedir o seu avanço e assim salvar a sua casa. A história de Arthur Dent, assim contada, não daria para grande prosa de ficção científica, mas a verdade é que, no hilariante livro de Douglas Adams (por vezes considerado o "sétimo elemento" dos Monty Python), The Hitchhiker's Guide to the Galaxy, este pequeno acontecimento na vida de Arthur Dent é a versão diminuta de um evento de dimensões... galácticas, quando chega ao planeta Terra uma frota de naves da burocrática raça alienígena Vogon (lesmas espaciais, para terem uma ideia) com o intuito de... demolir a Terra, para naquele ponto do espaço construir o acesso a uma "auto-estrada" galáctica. De nada servem os apelos da Humanidade; a Terra é demolida, e todos os seus habitantes são erradicados. 

Quase todos. Arthur Dent salva-se quando o seu amigo Ford Prefect decide resgatá-lo de sua casa, pagar-lhe umas quantas cervejas, e, no momento em que chegam as naves Vogon, arranjar uma boleia para o espaço. Pois Ford apenas na aparência é humano, sendo na verdade natural de um "planeta nas proximidades de Betelgeuse". E é também um dos colaboradores do "Hitchhiker's Guide to the Galaxy", o mais conhecido guia para uma bela viagem à boleia pela galáxia, com vendas superiores à grande Enciclopédia Galáctica e, é um prático computador com uma capa onde se pode ler, em letras gordas e amigáveis, as palavras "Don't Panic". 

E a partir deste momento começa a odisseia de Arthur Dent e Ford Prefect pela Via Láctea, ao longo da qual encontram personagens inesquecíveis como Zaphod Beeblebrox, Presidente da Galáxia, Trillian, Marvin, o robot depressivo, Slartibartfast, e se envolvem nas mais hilariantes situações. Ao longo da narrativa, é também explicada a busca incansável de uma antiga raça inteligente pela resposta à "Grande Questão da Vida, do Universo... e de Tudo!", e ainda sobra tempo para que os leitores nunca mais olhem para um rato ou para um golfinho da mesma maneira. 

The Hitchhiker's Guide to the Galaxy é um livro divertido. Muito divertido. A mim, fez-me rir desde a primeira linha da introdução (também de Douglas Adams) até ao final. As influências do humor non-sense tão típicas dos Monty Python, dos quais Adams era próximo, são evidentes. Diria mais: se os Monty Python tivessem entrado na ficção científica (esqueçamos por momentos o rapto alienígena em Life of Brian), não teriam feito melhor que The Hitchhiker's Guide to the Galaxy. Indispensável para quem gosta de ficção científica ou de comédia - e absolutamente obrigatório para quem gosta de ambas.

[As coisas que se aprendem nos comentários do Ars Technica: hoje, 25 de Maio (05) de 2012 (12) assinala-se o Towel Day. Uma soma rápida: 25+5+12=42]

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