Foto: Jim Merithew/Wired.com |
Contista e argumentista, crítico e ensaísta, revolucionário e agitador: falo de Harlan Ellison, claro, que comemora hoje o seu 80º aniversário. Um número redondo que merece ser celebrado: Ellison, afinal, legou à ficção científica literária alguns dos seus mais memoráveis contos ("Repent, Harlequin!" Said the Ticktockman e I Have No Mouth, and I Must Scream destacam-se entre dezenas) e ainda uma autêntica revolução por via de uma antologia: a célebre Dangerous Visions, a célebre colecção de 1967 que, reunindo mais de trinta contos de autores à época promissores e aclamados, abriu as portas da ficção científica norte-americana à "New Wave" que iria abanar as fundações do género e torná-la mais arrojada, mais ambiciosa e mais literária. Não se limitou à literatura: escreveu para televisão, tendo assinado episódios memoráveis de Star Trek e Outer Limits; e escreveu para cinema, adaptando um conto seu - A Boy and His Dog - para filme. E, na década de 90, adaptou até um dos seus mais célebres contos para uma aventura gráfica memorável, explorando também as possibilidades narrativas de um meio em ascensão naquela época (hoje torna-se mais difícil negar a pertinência narrativa dos videojogos).
Natural de Cleveland, no Ohio, Harlan Ellison é escritor de profissão e polemista de feitio: o seu carácter irascível, as polémicas constantes em que se envolveu e os litígios que levou para tribunal deram-lhe, com toda a justiça, o epíteto de enfant terrible da ficção científica (ou especulativa, como o próprio prefere). Mas é também um dos mais talentosos autores que o género já conheceu. A propósito da efeméride, Ryan Britt assina este belo e íntimo texto no Tor.com; fica hoje como leitura recomendada.
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