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17 de outubro de 2013

The Empire Strikes Back: O trailer original

A long time ago, in a galaxy far away... faziam-se trailers como este, aparentemente o original, de The Empire Strikes Back, o quinto episódio da saga Star Wars (via The Verge). Com os mesmos spoilers dos trailers contemporâneos (que levam a arte de resumir uma longa metragem em dois minutos e meio muito a sério e de forma muito literal), mas sem quaisquer imagens retiradas do filme - apenas com a excelente e colorida arte conceptual de Ralph McQuarrie. O efeito não deixa de ser um tanto ou quanto vintage - e um tanto ou quanto curioso. 


Fonte: The Verge

18 de fevereiro de 2013

A long time ago, in a galaxy far away, ou o regresso de Star Wars

Diria que a grande notícia da ficção científica dos últimos meses foi o anúncio de novos filmes da série Star Wars*. Há muitos anos que se falava dos episódios sete, oito e nove, planeados em tempos mas nunca realizados. A recente passagem da franchise para a Disney com o negócio multimilionário dos estúdios Lucasarts permitiu por fim desbloquear o projecto - e, ciente do seu valor comercial, a Disney não perdeu tempo: anunciou a continuação da história deixada mais ou menos em aberto em The Return of the Jedi (1983) com uma terceira trilogia, contratou J.J. Abrams para realizar o Episode VII (após vários nomes avançados) e se não tem alimentado rumores em redor de personagens secundárias mas icónicas (como Yoda), também não tem feito muito para os desencorajar.

Não tenho falado muito sobre este regresso de Star Wars, o que não quer dizer que não aprecie o universo de ficção científica criado por George Lucas. Pelo contrário: gosto bastante do Episode IV, considero The Empire Strikes Back um dos grandes filmes que o género conheceu (mesmo admitindo que o Império meteu o pé na argola em Hoth), e tenho Darth Vader como um vilão inesquecível. Há alguns anos - julgo que em 2006 - cheguei mesmo  a passar uma tarde fascinante na exposição Star Wars que esteve no Museu da Electricidade em Lisboa. Mas, em termos cinematográficos, a coisa ficou mais ou menos por aí. O Episode VI - The Return of the Jedi entusiasmou-me pouco (Ewoks?), e The Phantom Menace praticamente matou a saga para mim (ao ponto de apenas ter visto fragmentos de Attack of the Clones e de nunca ter tido interesse suficiente em ver Revenge of the Sith. Nos últimos meses, o SyFy Portugal fez uma "maratona" dos seis filmes de Star Wars, e gravei-os todos na box para, um dia destes, ver a série seguindo a sua cronologia narrativa. Ainda estou à espera do entusiasmo para tal empreitada.

A escolha de J.J. Abrams para realizar o Episode VII foi polémica sobretudo por Abrams já ser também o realizador dos novos filmes do universo de Star Trek (e há aquela rivalidade de décadas entre os dois universos "das estrelas"), mas também esse tema me passou um tanto ou quanto ao lado, interessando-me apenas como curiosidade. O que também é fácil de explicar: os mais populares trabalhos televisivos de Abrams (Alias, Lost) nunca me cativaram; e Star Trek ainda me desperta menos curiosidade do que Star Wars (estou muito longe de ser um trekkie), pelo que não só nunca acompanhei nenhuma das séries e dos filmes "clássicos" de Star Trek como também não vi ainda o reboot cinematográfico de Abrams. Os seus méritos enquanto realizador são-me por isso desconhecidos (apenas conheço as piadas a propósito do lens flare), e a rivalidade de universos nada me diz. 

Hoje, o regresso de Star Wars é algo que vejo com alguma curiosidade mas pouco interesse. É possível (talvez até provável) que assista ao Episode VII quando estrea. Não espero, porém, que a série (com ou sem a interferência de Lucas) volte a ter fôlego para uma produção do nível de um Empire Strikes Back, ou que Abrams tenha a coragem de correr riscos e dar um novo rumo ao universo (ou o apoio para tal, como a aparente obsessão pelos actores originais). Star Wars é sem dúvida uma referência, um capítulo relevante na ficção científica cinematográfica, mas em 2013 (ou 14 ou 15) estará sem dúvida muito longe de constituir uma novidade. 

*É perfeitamente possível - e porventura mais rigoroso - designar o universo de Star Wars como space fantasy e não ficção científica, dadas as "liberdades criativas" que George Lucas tomou no que à ciência diz respeito. Essa discussão é interessante, mas fica para outro dia; para o grande público, Star Wars sempre foi ficção científica, e é nesse género que continuarei a incluir os filmes. 

30 de outubro de 2012

Disney prepara aquisição da Lucasfilm, detentora de Star Wars

Não sei se isto é uma boa notícia ou uma má notícia, mas parece-me ser uma das notícias do dia: está muito próxima a aquisição da LucasFilms pela Disney - que, aparentemente, até já tem planos para lançar o Episódio 7 de Star Wars já em 2015. De acordo com a notícia publicada no portal The Verge, o valor da aquisição situa-se nos 4,05 mil milhões de dólares, com George Lucas a receber metade deste valor e mais 40 milhões de dólares em acções. A Disney ficará assim com todos os direitos sobre a franchise Star Wars, que, reconheça-se, é uma autêntica mina de ouro. Ainda está por saber o impacto deste negócio em Star Wars, sobretudo no que a novos filmes diz respeito, mas para já julgo ser seguro confirmar - citando um dos mais hilariantes comentários à notícia - a entrada de Leia na galeria de "princesas da Disney".

Actualização#1: Na era da Internet a paródia está sempre assegurada. Na Forbes: Possible Star Wars-Disney Mash-up Movies. Talvez valha a pena aguardar por Alice in Wookieland

Fonte: The Verge

3 de julho de 2012

A Ficção Científica e o Cinema: Star Wars Episode IV: A New Hope

Qualquer análise de rigor científico demoliria Star Wars (George Lucas, 1977) em menos tempo do que o necessário para a Millennium Falcon completar a famosa Kessel Run. Há o hiperespaço, há sons e explosões no vazio do espaço, há uma instalação espacial - a Death Star - que consegue ter energia suficiente para estoirar um planeta com uma railgun sofisticada (isto para nem falarmos da sua construção), há naves de combate a voarem no espaço como um caça voaria num planeta com atmosfera, há os lightsabers.... enfim: a lista é infindável. A questão é que, quando falamos de Star Wars, o rigor científico não interessa para coisa alguma: o que verdadeiramente importa é a narrativa, as personagens e a aventura. É o filme em si. E enquanto filme, Star Wars é uma pérola, um clássico instantâneo de 1977 que continua hoje a ser um filme extremamente bom, superior a muita da ficção científica que se tem filmado ultimamente. 

Isso é facilmente comprovado por uma constatação simples: não se fala de ficção científica no cinema sem falar de Star Wars. Com tudo o que lhe está associado, claro: personagens inesquecíveis como Luke Skywalker, Leia, Han Solo, Chewie, Darth Vader e os andróides C-3PO e R2-D2; naves formidáveis como a gigantesca Death Star, a ágil Millennium Falcon e as naves de combate mais pequenas como os X-Wing e os TIE Fighters... enfim, a iconografia é vasta e fascinante. Mesmo quem não aprecia a ficção científica e tem pouca paciência para space operas reconhecerá imediatamente a imagem de um horizonte com dois sóis, os walkers do Império ou o vulto escuro de Darth Vader, um dos grandes vilões da história do cinema. E os lightsabers, claro, com aquele zumbido inconfundível, protagonistas de algumas das melhores cenas de combate que o género conheceu no grande ecrã. Sem esquecer a Força, a space magic de serviço. 


A aventura, essa, é sobejamente conhecida. A long time ago, in a galaxy far, far away, preparava-se uma guerra civil entre o Império e a Aliança Rebelde, e a princesa Leia Organa encontra-se em fuga, tendo roubado os planos da Death Star, uma tremenda estação espacial com poder de fogo suficiente para destruir planetas inteiros. Antes de ser capturada, consegue esconder os planos dentro do andróide R2-D2 e enviá-lo com o inseparável C-3PO para Tatooine (o famoso planeta desértico com dois sóis), na esperança de que o velho guerreiro Jedi Obi-Wan Kenobi os encontre. Quem no entanto acaba por tropeçar nos andróides é Luke Skywalker, um jovem que sonha com uma vida noutros mundos sem imaginar que o seu futuro lhe reserva um lugar destacado no conflito que se avizinha.


É certo que Star Wars não é exactamente uma obra original - tanto na narrativa como nos aspectos visuais, foi buscar influências a inúmeras obras literárias e cinematográficas, de Dune a Flash Gordon, da obra de Akira Kurosawa a narrativas mitológicas como as lendas arturianas. Essa combinação de elementos, contudo, não lhe retira mérito algum, e a narrativa flui a um ritmo excelente suportada por uma trama sólida e twists mais do que suficientes. A isso junta-se uma componente visual soberba e muito influente, e uma banda sonora inesquecível, sem dúvida uma das mais memoráveis da história do cinema. Em resumo, os seus defeitos (também os tem) são largamente superados pelos seus méritos, e Star Wars tornou-se na referência e na medida para qualquer aventura espacial, colocando bem alta a fasquia. A todos os níveis, um clássico. 9.4/10