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3 de julho de 2012

International Speculative Fiction: Número zero já disponível

Já está disponível para download (gratuito) o número zero da International Speculative Fiction, uma e-zine trimestral que procura divulgar contos de ficção especulativa e artigos sobre o Fantástico de autores internacionais (não anglófonos). Publicada em língua inglesa, a organização da revista está a cargo de Roberto Mendes.

Ainda não tive tempo para ler esta edição na íntegra, mas à primeira vista o balanço é misto. Agrada-me o conceito (ainda que não entenda a restrição a autores não anglófonos), e gostei especialmente da ilustração de capa e do grafismo de alguns artigos. Mas é justamente no campo do grafismo que também surge algo que me desagrada - a falta de uniformidade, com cada artigo a ter o seu esquema próprio de paginação e aspecto gráfico. É uma opção pessoal, entenda-se - percebo a ideia, mas numa revista prefiro um aspecto gráfico mais uniforme. Do pouco que li, notei ainda a necessidade de mais rigor na revisão de texto, em particular no editorial mas também na ficção - uma publicação internacional quer-se mais "limpa" de erros e gralhas elementares.

No entanto, não deixa de ser uma iniciativa interessante, a acompanhar aqui.


21 de fevereiro de 2012

Uma fantástica asneira

Quis a sorte que me parasse por momentos nas mãos a revista Ler de Fevereiro. Nesta, as páginas 22 e 23 são ocupadas pela rubrica "Livros no Top" - que, tal como o nome indica, é relativa às vendas de livros em várias categorias. Sem surpresa, a edição portuguesa de A Game of Thrones (A Guerra dos Tronos, da Saída de Emergência) aparece em décimo lugar no top de "Ficção" da Fnac. A breve descrição que a Ler faz deste livro é de antologia:

Começa a saga de Lorde Eddard e do seu senhor (sem anéis). Pode não ter hobbits, mas há «o anão Tyrion, a ovelha negra do clã Lannister.

Eu, que tenho sensivelmente o mesmo poder de síntese de uma formiga, tenho a perfeita noção de que descrever um livro como A Game of Thrones em 27 palavras é capaz de ser mais difícil do que arrastar um gafanhoto morto para um buraco de dois milímetros no chão. Mas uma revista literária que se quer "de referência" devia ser capaz de fazer um bocadinho melhor que o citado. Bastava, sei lá, entregar a tarefa a um colaborador que 1) tivesse lido o livro e 2) não achasse que qualquer obra de fantasia segue necessariamente as regras estabelecidas por Tolkien. Bem sei que o termo "de referência" anda pelas ruas da amargura quando combinado com o jornalismo português (como sei que o Fantástico interessa tanto ao jornalismo literário "de referência" como a cigarra interessa à formiga), mas não é preciso exagerar.