Nenhuma história da fantasia literária contemporânea ficará completa sem uma referência destacada a Philip Pullman, que em 1995 surpreendeu o género com The Northern Lights (The Golden Compass na edição americana), o primeiro volume de uma trilogia young adult que viria a tornar-se num dos universos literários mais aclamados pela crítica e pelo mundo académico que o género conheceu desde a Terra Média de Tolkien. A história de Lyra Belacqua, uma jovem rapariga que se vê apanhada numa trama que atravessa universos paralelos até chegar ao próprio Criador. A polémica religiosa não tardou - sobretudo quando a obra foi adaptada, com muito pouco sucesso, para o cinema em 2007.
Mas o extraordinário mundo secundário de His Dark Materials não se limita à trilogia original (composta por The Northern Lights, The Subtle Knife e The Amber Spyglass); Lyra's Oxford e Once Upon a Time In the North são duas histórias curtas editadas em livro dedicadas, respectivamente, a Lyra Belacqua e à improvável dupla de Lee Scoresby e Yorek Byrnisson. Na calha há já alguns anos está The Book of Dust, livro que promete expandir o universo iniciado em The Northern Lights sem no entanto ser uma sequela directa. Em entrevista à revista Wired em Dezembro de 2012, Pullman assegurou estar a trabalhar a tempo inteiro neste livro.
A sua obra literária, porém, é bem mais vasta do que His Dark Materials. Com uma carreira destacada na literatura infantil, Pullman assinou títulos como The Haunted Storm (1972), Count Karlstein (1982), Clockwork (1996) e o quarteto de Sally Lockhart, entre outros. Mais recentemente, regressou à polémica religiosa com The Good Man Jesus and the Scoundrel Christ (2011
Nascido em Norwich, Inglaterra, em 1946, Philip Pullman celebra hoje o seu 67º aniversário.
4 comentários:
Sou fã de Philip Pullman. Acho até que a sua obra é habitualmente "underrated" pela trilogia His Dark Materials ser associada ao género young adult / literatura juvenil. A meu ver His Dark Materials é o tipo de livro que mostra ató onde se pode levar a fantasia como género e enquadramento, uma obra que é simultaneamente entretenimento e crítica social e de uma mestria a usar o ponto de vista de uma criança que raramente se encontra.
Li também The Good Man Jesus and The Scoundrel Christ, sobre o qual escrevi no meu blog: http://omnilogikos.blogspot.com/2012/12/the-good-man-jesus-and-scoundrel-christ.html
De seguida pretendo voltar a ler as histórias dos irmãos Grimm nesta edição em que são contadas por Philip Pullman: http://www.penguin.co.uk/nf/Book/BookDisplay/0,,9781846140266,00.html
E finalmente, irei voltar ao universo do HDM quando chegarem às minhas mãos os outros livros que falaste.
Fico mesmo contente por ver o seu trabalho reconhecido por terras lusas, espero que cada vez mais. Mal posso esperar que ele escreva mais livros dentro do universo do HDM!
Posso dizer sem exagero que Philip Pullman é tão responsável como Tolkien pela minha paixão pela fantasia literária - enquanto Tolkien me apresentou o padrão do género, Pullman mostrou-me as suas infinitas possibilidades. O worldbuilding de "His Dark Materials" é extraordinário - e ver as muitas peças encaixarem-se na recta final de "The Amber Spyglass" para aquele final extraordinário (e era tão fácil deitar tudo por terra ali...) foi algo memorável.
Ainda não li o "Once Upon a Time in the North" ou o "Lyra's Oxford"; mas se há livro que aguardo ainda com mais expectativa do que "The Winds of Winter", é "The Book of Dust".
Olha, assino por baixo disso tudo, palavra por palavra.
Assinamos :)
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