We're losing all our Strong Female Characters to Trinity Syndrome. Tasha Robinson explora neste interessante artigo publicado no portal The Dissolve a constante secundarização de personagens femininas com potencial no fantástico cinematográfico contemporâneo - e dá como exemplo a protagonista feminina de The Matrix (interpretada por Carrie-Anne Moss), que abre o filme com uma sequência de acção inesquecível para, a cada cena, perder importância para as personagens masculinas até ao ponto em que se vê dependente delas. De acordo com Robinson, o mesmo aconteceu com Mako Mori em Pacific Rim, Carol Marcus em Star Trek: Into Darkness - ou com as mais recentes Tauriel em The Hobbit, Wyldstyle em The Lego Movie e Valka em How to Train Your Dragon 2. Mas por que motivo personagens femininas complexas, competentes e, acima de tudo, interessantes, continuam a passar para segundo plano?
No The Guardian, Sandra Newman faz uma apologia estranha, para não dizer polémica, à ficção científica literária clássica - sobretudo àquela ficção científica denegrida de forma consistente na crítica e na academia pelas suas personagens pouco densas, pela sua pobreza estilística, pelo sexismo dos tempos e pela submissão da riqueza estilística às premissas e às ideias. É uma ideia curiosa e polémica, sobretudo se pensarmos que a ficção científica moderna continua a tentar libertar-se desse estigma, não inteiramente verdadeiro - e mesmo Newman, na sua tentativa de o demonstrar, acaba por cair na falácia de cherry picking. Nem por isso, porém, deixa o artigo de ser pertinente, e sobretudo por uma ideia: os conceitos continuam, ou deviam continuar, a ser o centro de todo o género.
Ainda no The Guardian (era bom termos em Portugal um jornal de referência a falar tanto de ficção científica, não era?), Nicholas Barber augura o ressurgimento da space opera no cinema com o muito antecipado Guardians of the Galaxy - e traça a história do sub-género, desde o seu apogeu em Star Trek e Star Wars nos anos 60 e 70 até ao seu declínio nas duas últimas décadas.
E a propósito de space opera: o que significa ao certo o adiamento da estreia de Jupiter Ascending, o próximo blockbuster de ficção científica de Andy e Lana Wachowsky, da época alta de Julho para a época baixíssima de Fevereiro? O tema é explorado neste artigo da Variety, mas sem respostas definitivas: os exemplos de outros filmes recentes que viram a sua estreia adiada, como o aclamadíssimo Gravity ou o não tão aclamado 300: Rise of an Empire, acabam por não permitir grandes extrapolações.
Anne Elizabeth Moore, no Salon, coloca uma pergunta interessante: Why is the horror genre particularly horrible for women. E, mais do que dar uma resposta, explora o tema à luz de acontecimentos recentes e antigos na sociedade norte-americana.
Fontes: The Dissolve / The Guardian / Salon / Variety
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