5 de maio de 2014

This happening world (11)

No Hipsters of the Coast, Rich Stein desconstrói TherosBorn of the Gods e Journey Into Nyx em... estatísticas demográficas. A ideia pode parecer estranha, sobretudo quando consideramos que, para todo os efeitos, estamos a falar de Magic: the Gathering - um jogo de cartas coleccionáveis. A premissa de Stein, no entanto, é interessante pelo seu raciocínio: Magic, o jogo, surge enquadrado numa narrativa de fantasia que, como qualquer outra ficção do género, reflecte também tempo e a sociedade em que surge. No caso em questão, Theros surge com uma forte inspiração na mitologia grega, central para as sociedades ocidentais - pelo que se revela interessante analisar as 323 criaturas que as três expansões apresentam à luz de género, raça e classe. O resultado é um dos artigos mais improváveis e interessantes que alguma vez li sobre o jogo. 

De acordo com Katharine Trendacosta no io9, ao filme Superman vs. Batman seguir-se-á inevitavelmente o filme da Justice League of America. A notícia baseia-se em declarações do presidente de produção da Warner Bros, Greg Silverman - e o objectivo será decerto tentar recuperar algum terreno perdido para a Marvel. Tentar será sem dúvida a expressão adequada aqui, e porventura um eufemismo: é muito improvável que a DC e a Warner consigam emular o sucesso do Marvel Cinematic Universe, sobretudo na sua convergência excepcional de vários filmes razoáveis (o único que merece de facto destaque em termos qualitativos é Iron Man) num filme tão notável como The Avengers. E, a avaliar pelas estreias de Thor 2: The Dark World e Captain America 2: The Winter Soldier, a segunda fase do MCU parece avançar a bom ritmo para o clímax de The Avengers 2: Age of Ultron. E pelo meio ainda virá a oddball de Guardians of the Galaxy

Não deixa de surpreender que a DC seja incapaz de fazer algo do género quando tem as personagens mais populares fora do meio restrito dos comics, e quando a Marvel nem pode capitalizar no cinema um dos seus maiores trunfos (Spider-Man). As diferenças entre a abordagem - e o sucesso - da Marvel e da DC no cinema são analisadas com alguma brevidade por Blaze Mizkulin no Observation Deck; nas caixas de comentários, porém, o debate revela-se extremamente interessante e curiosamente elevado (sobretudo quando consideramos que se trata de uma caixa de comentários na Internet a propósito das diferenças entre a Marvel e a DC). 

Entretanto, a Disney/Lucasfilm confirmou algo que toda a gente já sabia (via Lee Hutchinson no Ars Technica): a continuidade de Star Wars no cinema atirou pela escotilha todo o Expanded Universe. Logo depois foi anunciado o elenco principal da trilogia que, em termos narrativos, dará continuidade à história deixada no vetusto The Return of the Jedi (de 1983, recorde-se) - e o entusiasmo com que o anúncio foi recebido cedo deu lugar à perplexidade pelo facto de este apenas introduzir uma actriz (a relativamente desconhecida Daisy Ridley) para além de Carrie Fisher, que regressará à sua Princesa Leia. De acordo com Rob Bricken no io9, deverá ser introduzida mais uma personagem feminina de destaque na trilogia; mas essa informação, veiculada de forma mais oficiosa do que oficial, acaba por parecer mais uma tentativa de a produção dos filmes tentar emendar a mão. 

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